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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Filmes: "O Hobbit: A Desolação de Smaug"

DRAGÃO DEMAIS

Parte final esticada e excessiva estraga o segundo capítulo dessa equivocada trilogia do diretor Peter Jackson

- por André Lux, crítico-spam

“O Hobbit: A Desolação de Smaug” é realmente melhor do que a primeira parte "Uma Jornada Inesperada" que, além de ser esticada além da conta, contava com uma trama muito simplista e repetitiva. 

O filme é bem mais dinâmico e a história é mais interessante. Felizmente também há menos cenas de ação e, com exceção da longa fuga nos barris (que não chega a irritar), o roteiro fica mais focados nos personagens e seus relacionamentos.

A cena com as aranhas é boa, Bilbo está menos irritante, os elfos da florestas são interessantes, Gandalf não aparece toda hora para salvar os heróis e, finalmente, usa seus poderes de mago da maneira que todos gostariam de ver. 

Sem dizer que a belíssima Evangeline Lily, com a elfa Tauriel (personagem inventado para o filme), é um colírio para os olhos - embora o triângulo amoroso que criaram entre ela, Legolas (Orlando Bloom que tomou um banho de photoshop vergonhoso para parecer mais novo) e um dos anões (que nada tem a ver com um anão) é risível.

Mas é na parte final, quando o dragão Smaug é finalmente revelado, que o longa sai dos trilhos e praticamente estraga o que havia de bom antes. A conversa entre a criatura e Bilbo é bacana, assustadora até, porém, como o diretor Peter Jackson colocou na cabeça que tinha que fazer uma nova trilogia baseada na obra de Tolkien com cada filme com quase três horas de duração, tudo é esticado e, no final quando aparecem os anões, vira uma longa e tediosa cena de perseguição, cheia de impossibilidades e besteiras que, além de dar dor de cabeça, ainda diminui o personagem do dragão ao ponto de torná-lo tolo.

É aquela velha máxima sobre monstros: quanto menos você mostra, mais assustador fica. É só a gente lembrar da sequência com o Balrog, em "A Sociedade do Anel", que é sensacional - ainda mais se a gente pensar que mal vê a criatura.

Confesso que lembro bem pouco do livro "O Hobbit", mas algumas coisas parecem bem confusas nessa versão super esticada e cheia de invenções de Jackson. Como a aparição de Sauron no meio do filme e a prisão de Gandalf que é uma tolice enorme e fica ainda mais estranho quando a gente compara com o começo da trilogia "O Senhor dos Anéis", com o mago lá todo tranquilão chegando na vila dos hobbits e só ficando preocupado com o possível retorno de Sauron depois que descobre que o anel é o Um Anel.

Colírio: Evangeline Lily com a elfa Tauriel
A verdade é que desde que foi anunciada como uma trilogia, nos moldes do sucesso de "O Senhor dos Anéis", já era óbvio que a adaptação de "O Hobbit" para os cinemas não daria certo. 

Primeiro, porque o livro tem apenas 300 páginas (contra mais de mil de "Anéis") e, segundo, porque é uma história francamente infantil sobre um bando de anões e um hobbit perambulando pela Terra Média para tentar derrotar um dragão falante. 

É uma pena que o sucesso tenha subido à cabeça do diretor Peter Jackson, que depois da sua premiada empreitada com a trilogia original nunca mais acertou nada.

Uma curiosidade: assisti ao filme em projeção digital 3D de 48 quadros por segundo, que é a nova maneira que Jackson inventou para filmar (o normal é 24 fps que é a velocidade que produz a ilusão de movimento em nosso cérebro). E sou obrigado a dizer que o resultado é desastroso. 

Sim, a imagem fica muito mais nítida e limpa, porém é completamente chapada e desprovida de profundidade de campo, o que deixa tudo com cara de novela da rede Globo, especialmente nas cenas feitas em estúdio. Sem dizer que, em certas cenas sequências e de multidão, o excesso de informação transmitida chega a dar tontura. Um lixo!

Cotação: * * *

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