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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Filmes: "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" (atualizado)


BATMAN FASCISTA

O que mais incomoda é terem usado o Batman para tentar denegrir o "Occupy Wall Street", fazendo de Bane e seus discursos contra o sistema uma metáfora dele

- por André Lux, crítico-spam

“O Cavaleiro das Trevas Ressurge” é o mais fraco da trilogia do Batman dirigida por Christopher Nolan. O filme tem sérios problemas, a começar pelo vilão principal Bane, que usa uma máscara que lhe cobre a boca e parte do rosto, o que impede o ator Tom Hardy de se expressar adequadamente (ele também é excessivamente  confiante e posado ao ponto de irritar).

A motivação dos vilões também é uma mera repetição da do primeiro filme, ou seja, eles querem destruir Gotham City para honrar o plano do líder da Liga das Sombras Ras Al Ghoul (Liam Neeson, que aparece numa ponta e em flashbacks). O problema é que para isso dar certo eles inventam um daqueles planos mirabolantes que levam um tempão para serem efetivados e precisam de um monte de coincidências e acidentes para darem certo, a lá “Star Wars – A Ameaça Fantasma”. Por exemplo, fazia parte do plano aprisionar TODOS os policiais de Gotham em túneis subterrâneos depois que Bane detonasse várias bombas espalhadas pela cidade. Só que os policiais só estavam naquele instante nos túneis porque um detetive (Joseph Gordon-Levitt) descobriu, por mero acaso, que estavam sendo colocados explosivos nos subterrâneos.

Também não faz o menor sentido Bruce Wayne (Christian Bale, apático como de costume nessa trilogia) ter suas impressões digitais roubadas e não tomar qualquer atitude em relação a isso, deixando os vilões livres para usá-las como bem entendessem. Existem outras coisas que incomodam, como a sequência onde a mulher-gato usa o celular de um bandido procurado e cinco segundos depois toda a força policial da cidade, inclusive a SWAT, chegam ao local onde ela estava (mais uma barra forçada para que o plano dela desse certo). Outra coisa ridícula é a carta que o comissário Gordon escreve contando todos os podres de Harvey Dent e livrando a cara do Batman, carta essa que vai parar convenientemente nas mãos do vilão.

O filme tem também um sério problema com seu segundo ato, quando o Batman é derrotado por Bane e jogado numa prisão que é um buraco no meio do nada. Enquanto isso, Gotham vira uma espécie de cripto-anarquia, onde os bandidos mandam e provocam o caos. Isso deixa o filme arrastado e tolo, porque jamais o vilão ia deixar o Batman vivo só para ele ficar sofrendo de dores nas costas na prisão-buraco. Sobra então para o espectador contar o tempo em que ele vai se recuperar dos machucados e, obviamente, fugir do buraco e milagrosamente voltar a Gotham City em poucas horas (nada mau para quem estava preso no meio do nada em um país distante e sem um tostão no bolso).

As coisas só voltam a esquentar no final, quando a pancadaria toma conta e a gente esquece os furos no roteiro e se concentra nas cenas de ação muito bem encenadas. Mas infelizmente é pouco para salvar o filme, que padece também da total falta de humor, da mão pesada de Nolan na direção e da trilha musical barulhenta e óbvia do abominável Hans Zimmer.

Todavia, o que mais incomoda no filme é terem usado o Batman para tentar denegrir o movimento "Occupy Wall Street", fazendo de Bane e seus discursos contra o sistema uma metáfora dele. Dessa forma, Batman assume um viés francamente fascista ao se aliar às forças policiais para acabar com o movimento criado pelo vilão que começa com um ataque justamente à Bolsa de Valores de Gotham. Ou seja, Hollywood novamente promove uma completa inversão de valores, alinhando o "Occupy Wall Street" aos bandidos que devem ser combatidos pelas "forças do bem".

No final, as portas são deixadas abertas para uma continuação que certamente virá. Agora é esperar para ver o que vão fazer com a franquia.

Cotação: * *

6 comentários:

Joao disse...

Uma analise bem rasteira, caro André. COmo critico vc é um bom blogueiro.

Alex disse...

"mulher-gato usa o celular de um bandido procurado e cinco segundos depois toda a força policial da cidade"-Na verdade, ela usou o de um senador que ela mesmo tinha sequestrado e levado pro bar, e a polícia inteira estava atrás do homem.
"Isso deixa o filme arrastado e tolo, porque jamais o vilão ia deixar o Batman vivo só para ele ficar sofrendo de dores nas costas na prisão-buraco"- O Bane não queria que o Batman sofresse de dor nas costas, ele queria mostrar ao Batman que ele tinha falhado em proteger o que ele mais ama, a cidade de Gotham, por isso ele deixa um telão para o Batman ver o que está acontecendo na cidade enquanto o Bane governa.
"nada mau para quem estava preso no meio do nada em um país distante e sem um tostão no bolso"- Ele é Bruce Wayne, pode ter amigos por lá, sem contar que no primeiro filme ele viajou por várias partes do mundo e conheceu várias pessoas.

Guilherme disse...

Esses filmes do Batman são uma droga, o primeiro desta triologia até que dá pra engolir, o segundo é um saco com aquele Coringa que parece ter um tique que o faz colocar, a toda hora, a língua pra fora, esse terceiro então, lixo total!
Pelo menos eu comprei o piratão no camêlo, logo, o meu prejuízo não foi tão grande.

Djijo disse...

Já ouvi que holiuudi é completamente dominada pelos judeus, daí que o enredo do filme tem tudo a ver com domínio econômico e desacreditar quem ousa questionar.

Anônimo disse...

sim, uma crítica totalmente centrada em dois fatos: zimmer e a possível alusão ao ocuppy wall street. Partindo desses pontos você quis detonar o resto do filme, o que é simplesmente ridículo, sem argumentação e absolutamente tendencioso, mesmo pra uma resenha/blog.

Já que o primeiro ponto eu considero mais opinião pessoal, vamos pro segundo: ok, o herói se alia ou deixa bane, um terrorista, detonar a cidade, quebrar o sistema financeiro, matar milhões de pessoas só pra não ser "fascista". Faz todo o sentido mesmo.

É simplesmente uma questão de certo ou errado, batman nunca se aliou a polícia, ou a governo algum se esse for corrupto ou prejudicar as pessoas. É só juntar dois mais dois e deixar essa teoria de visão política para os reacionários que querem deturpar a imagem do herói como um defensor da "visão" deles. Até o superman abdicou das sua cidadania americana nos quadrinhos, deixe esses pensamentos retrogrados pra quem é retrogrado como eles.

André Lux disse...

Ao que tudo indica você não leu meu texto com a devida atenção. Caso contrário não teria chegado a conclusões tão estapafúrdias...